sábado, 30 de outubro de 2021

Bispo escreve poema sobre a Batina

Minha pobre batina, mal cerzida,
tu vales mais que todos os amores,
pois, negra embora, enches-me de flores 
e de esperanças imortais a vida.

Com seus sorrisos escarnecedores,
zomba o mundo de ti, de ti duvida,
porque não sabe a força que na lida,
tu me dás, do teu beijo aos resplendores.

Tu serenas do orgulho as brutas vagas,
e a mostrar-me do mundo a triste sina,
toda a volúpia das paixões apagas.

Oh! Como o bravo envolto na bandeira,
contigo hei de morrer, minha batina,
ó minha heróica e santa companheira!

D. Francisco de Aquino Corrêa, Arcebispo de Cuiabá


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