terça-feira, 10 de maio de 2016

Viktor Orbán justifica defesa da Vida e da Família na Hungria

Entrevista ao Primeiro-Ministro da Hungria, que está a sofrer fortes pressões da União Europeia por causa das suas políticas pró-vida e pró-família.
No preâmbulo há referências ao cristianismo e o documento é inaugurado: “Que Deus abençoe a Hungria”.

Essa é a primeira frase do nosso hino e espero mesmo que Deus abençoe a Hungria [ri-se]. Cantamos o hino há 150 anos, gostamos dele e não vemos qualquer problema. E nós não modificámos a Constituição, criámos uma nova, a primeira democrática da nossa história, passámos 26 anos a tentar e não conseguimos.

Até garantir uma maioria em 2010.

Sim e aí criámos uma nova Constituição, moderna, europeia e conservadora em termos de valores. Dizemos que o cristianismo é uma tradição que deve ser respeitada, porque sem ele não teríamos sobrevivido nos últimos mil anos. Em segundo lugar falamos de dignidade nacional. E em terceiro consideramos que a base de uma nação é a família, que deve ser protegida. Deixamos claro que só um homem e uma mulher podem casar e ter uma família. A antiga já o dizia, mas por causa das discussões na vida política europeia e americana a questão tornou-se mais nítida. Na Hungria temos regulações quanto a homossexuais, há um parágrafo especial no Código Civil a dizer que podem viver juntos.

O que define o Código Civil?

Como ser apropriado e esse tipo de coisas. Que podem fazer o que quiserem mas que não podem ter um casamento reconhecido pelo Estado.

Isso não infringe os direitos de gays?

É muito simples: uma maçã não pode pedir para ser chamada de pera porque é uma maçã.

Pode elaborar?

Se uma pessoa vive com outra e não tem intenções de ter filhos não está a manter a tradição húngara de milhares de anos, a tradição de um homem e uma mulher casarem. Quando um homem e uma mulher vivem juntos, casam, têm filhos, chamamos a isso uma família. Não é uma questão de direitos humanos, é chamar as coisas pelos nomes.

Inscrever coisas como essa no documento fundamental da nação não abre a porta a violações de direitos?

Não. A Constituição define claramente os direitos de todos, a dignidade é garantida e a liberdade também. Esta regulação tem a ver com instituições, não com liberdade, tem a ver com a instituição da família, que é um homem e uma mulher.

Noutra alínea é declarado que um embrião é um ser humano, o que também possibilita que o aborto venha a ser ilegalizado. Concorda?

O aborto é regulado na Hungria de uma forma que é aceite pelo público.

Mas incluir isto na Constituição não põe em causa o direito das mulheres a decidirem sobre os seus corpos?

Na Hungria aceitámos a Constituição há mais de quatro anos e as pessoas ficaram satisfeitas. Ninguém quer mudar as regulações, o que quer dizer que a Constituição funciona bem.

in Expresso, 30 de Abril 2016

Nota: O jornal tinha escrito originalmente "Deus" com letra minúscula. Tomámos a liberdade de corrigir essa gralha.


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1 comentário:

Antónimo disse...

De fato as coisas são tão simples mas nós gostamos da mentira e da confusão. Há dias vi um outdoor de um qualquer partido político que tinha uma única palavra em letras enormes: igualdade. Em cima tinha quatro grupos de bonequinhos: um homem, uma mulher e uma criança; duas mulheres e uma criança; dois homens e duas crianças e ainda um quarto grupinho diferente destes três.
se nos perguntassem "descubra as diferenças" a resposta era mais do que óbvia até para uma criança de 4 anos.
Porém, o outdoor, em letras enormes, insistia na palavra "igualdade". A única coisa que ali me parecia igual eram os meus dois olhos que viam quatro realidades totalmente distintas. Talvez o cartaz fosse apenas uma má aplicação de dinheiro até porque estava completamente desenquadrado da paisagem.

nota: julgo que a lei fundamental americana também faz menção a Deus, mas posso estar equivocado.