domingo, 14 de setembro de 2014

Cardeais explicam num livro que é melhor não dar a Comunhão a "recasados"

Cinco membros do Colégio de Cardeais dão autoria em conjunto a um livro que defende a doutrina da Igreja no que toca aos Católicos divorciados e recasados, afirmando que é a aproximação mais misericordiosa possível.

O livro, que está planeado ser publicado em Inglês este Outubro, chama-se "Permanecer na Verdade de Cristo: Casamento e Comunhão na Igreja Católica" (Remaining in the Truth of Christ: Marriage and Communion in the Catholic Church). Apresenta uma resposta ao pedido do Cardeal Walter Kasper para a Igreja abrir as suas portas para permitir os Católicos divorciados e recasados receberem a Eucaristia.

De acordo com a editora Ignatius Press, o livro vai apresentar tanto argumentos bíblica em favor da doutrina da Igreja actual assim como ensinamentos e práticas da Igreja dos primeiros séculos.

No seu resumo de apresentação, a Ignatius Press explica que o livro "traça a longa história centenária, da resistência Católica" à recepção da comunhão pelos Católicos divorciados e recasados e revela "sérias dificuldades teológicas e canónicas inerentes na prática passada e actual da Igreja Ortodoxa."

"Estes académicos em nenhum destes casos, bíblicos ou patrísticos, vão encontrar apoio para o tipo de "tolerância" aos casamentos civis que seguem o divórcio defendida pelo Cardeal Kasper", disseram eles.

Durante um discurso de duas horas a um consistório sobre a família, em Fevereiro, o Cardeal Kasper, presidente emérito do Conselho Pontifício para Promover a Unidade dos Cristãos, falou sobre o casamento e a vida de família, dedicando a última secção do seu discurso ao "problema dos divorciados e recasados."

Nessa parte, ele perguntou se "não será talvez uma exploração da pessoa" quando alguém que foi divorciado e recasado é excluído de receber a Comunhão, e sugere que para "o pequeno segmento dos divorciados e recasados," talvez possa ser admitido ao "sacramento da penitência e depois à Comunhão."

Ele ecoou os mesmos sentimentos numa entrevista em Maio com a Commonweal, durante a qual ele discutiu esta proposta de que as pessoas divorciadas e recasadas podem receber a Comunhão, sugerindo que os Cristãos não são chamados a ser heróicos quando disse que viver juntos como irmão e irmã é "um acto heróico, e o heroísmo não é para um Cristão médio."

Referindo-se à conclusão tirada pelos cardeais, a Ignatius Press explicou então que os vários estudos examinados neste livro "levam à conclusão de que a fidelidade duradoura da Igreja à verdade do casamento constitui a fundação irrevocável da sua misericórdia e uma resposta de amor ao indivíduo que está civilmente divorciado e recasado."

"O livro, portanto, desafia a premissa de que a doutina Católica e a prática pastoral contemporânea estão em contradição."

Os cinco cardeais que são autores do livro são o Cardeal Gerhard Muller, prefeito da Doutrina da Fé; Raymond Leo Burke, prefeito da Assinatura Apostólica; Walter Brandmuller, presidente emérito do Comité Pontifício das Ciências Históricas; Carlo Caffarra, arcebispo de Bologna e um dos teólogos mais próximos de S. João Paulo II em questão sobre moralidade e a família; e Velasio De Paolis, presidente emértio de Prefeitura para os Casos Económicos da Santa Sé.

Para além dos cardeais, juntam-se quatro especialistas e professores especialistas que também deram contribuições ao livro. São eles: Robert Dodaro, O.S.A., o editor,  John Rist, e os jesuítas Paul Mankowski e o Arcebispo Cyril Vasil.

in Catholic News Agency



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7 comentários:

Anónimo disse...

Mas Sacerdotes que têm relações com outros Sacerdotes já podem exercer o ministério, santificar e comungar... Faz sentido...

Se não podem, não o façam...

Quantas vezes já comunguei sem saber se era ou não o Corpo de Cristo...

Há certos temas que só deviam ser abordados depois de outros estarem esclarecidos...

LaC.R disse...

Meu caro anónimo,
Deixe-se de demagogia! Um Sacerdote que "tem relações", como diz, com outro sacerdote estando, por isso, em pecado grave, também não deve comungar! Como com qualquer outro fiel, é o próprio que decide se comunga ou não, estando à sua consciência se é digno de tal, apesar de esse discernimento dever ser feito à luz dos ensinamentos, Tradição e Doutrina da Igreja.
Os Católicos casados pela Igreja e recasados no civil ou numa outra união sabem que estão em pecado à luz do Catolicismo, portanto não devem comungar, agora ninguém os vai impedir de comungar se não souberem da sua situação e se o próprio se apresentar à comunhão, sendo a consciência o único juiz nesse caso.

"Quantas vezes já comunguei sem saber se era ou não o Corpo de Cristo... " Não compreendo como. Se recebeu a comunhão consagrada por um Padre Católico ela era o Corpo de Cristo (se tiver dúvidas sobre o binómio validade dos sacramentos/intenção dos ministros, excertos deste vídeo podem ajudá-lo ttps://padrepauloricardo.org/episodios/validade-dos-sacramentos-na-igreja-catolica).

Juliana Dias disse...

Temas surgem para ser esclarecidos, um não exclui o outro
Agora receber Jesus sem ter a certeza da sua consagração a isso só cabe a confissão.

joaquim disse...

A certeza da consagração existe sempre que a mesma é feita por um sacerdote que não foi suspenso, ou afastado do seu múnus sacerdotal.
Mesmo que o sacerdote esteja em pecado mortal e até disso tenha consciência, mas celebre a Eucaristia e consagre com a formula da Igreja Católica, a consagração acontece, porque não depende do sacerdote.

FCF disse...

A validade dos sacramentos e independente da (in)dignidade do ministro.

Anónimo disse...

Obrigado a todos pelos esclarecimentos.

Cmps,
Anónimo do 1º comentário

Anónimo disse...

Se o padre souber que a pessoa que se apresenta à comunhão está em pecado grave de adultério (ou seja recasado), indo contra o 6º mandamento, deve recusar a entrega do Santíssimo Sacramento.
Isto para o bem da pessoa, se ela já está em pecado grave e ainda vai comungar está a receber o bilhete directo para a condenação eterna. É por isso dever do padre recusar a comunhão nesses casos.