domingo, 2 de outubro de 2022

As consequências da celebração versus populum - Cardeal Ratzinger

O que se passou foi um clericalismo sem precedentes que apareceu em cena. Agora o sacerdote - "o que preside", como agora lhe preferem chamar - tornou-se o ponto real de referência para toda a liturgia. Tudo depende dele. Temos que o ver, responder-lhe, estar envolvidos no que ele está a fazer. A sua criatividade sustém a coisa toda. Sem surpresa, as pessoas tentam reduzir esta nova função criada, atribuindo todo o tipo de funções litúrgicas a indivíduos diferentes e confiando o planeamento "criativo" da liturgia a grupos de pessoas que gostam, e deviam, "dar a sua própria contribuição." Deus está cada vez menos em campo.

O sacerdote ao voltar-se para o povo transformou a comunidade num círculo fechado em si próprio. Na sua forma aberta, já não se abre ao que jaz à frente e em cima, mas está fechado em si mesmo. O voltar-se para 'Este' habitual não era "uma celebração para a parede"; não significava que o sacerdote "tinha as suas costas para o povo"; o sacerdote não era visto como tão importante. 


in Introdução ao Espírito da Liturgia


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1 comentário:

maria José Martins disse...


Meu Deus!
Como eu tenho aprendido com todas estas explicações, que, infelizmente, nunca ninguém me (nos) explicou.
Afinal, onde está a preocupação do Papa Francisco em banir, de vez, o clericalismo? Somente, no menos importante? Esquece-se de que a EUCARISTIA é a ALMA DA IGREJA?
Mais uma das suas arbitrariedades...mas que poucos querem ver!
É pena, que a Igreja, em vez Se ter aberto à MODERNIDADE, perdendo a Sua Identidade de "estar no mundo, mas sem ser do mundo", não tenha investido num Ensinamento PROFUNDO de TODOS os Mistérios que envolvem cada Ritual Sagrado, da SANTA TRADIÇÃO, levando-nos a vivenciar, com amor, todos os pormenores que eles representam, e tentam transmitir ao Povo de Deus!
E tudo ito me faz recordar mais uma das enormes contradições a que, constantemente, estamos sujeitos: "Se Bento XVI assim pensa--e acredito que sim--, porque afirmou no princípio do seu Pontificado, que o Papa Francisco é um grande Teólogo?
Por aquilo que me é dado a entender, nestes documentos, ele está em total desacordo com a verdade, defendida por Bento XVI, que é a VERDADEIRA!!

"FELIZES DOS QUE PERSEVERAREM!"--palavras de Jesus