segunda-feira, 26 de maio de 2008

Experiências que nos marcam (I)

No passado dia 13 de Maio, foi pedido ao grupo que ficou em Fátima, depois da peregrinação, que fosse ajudar à comunhão. Para quem não sabe, esta tarefa consiste em segurar na patena (bandeja), enquanto o ministro de comunhão dá a comunhão aos fiéis. O objectivo, claro está, é impedir que “algum Jesus” caia no chão, por isso a patena deve estar debaixo da mão ou do queixo, consoante a pessoa comungue com a boca ou a mão. No santuário, especialmente em Maio e Outubro, estão dezenas de milhares de “comungantes”, pelo que a comunhão tem de ser rápida e nem isso é simples de fazer. As velhinhas que se sentam junto às grades, para verem mais de perto a imagem da Virgem, e se recusam por tudo a sair de lá, dificultam bastante a tarefa.

Às vezes o caos instala-se, e aquele momento tão especial, a união de dois eternos amantes é quase ofuscada pelos gritos ou insultos de uns peregrinos para outros. Se nos conseguirmos abstrair das comuns confusões, o que verdadeiramente nos toca nesta experiência é a sede das pessoas. Chamo-lhe sede, podia-lhe chamar fome, mas Jesus definiu-Se como fonte de água vida, e disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (Jo 7, 36). Ver o desejo ardente com que as pessoas se aproximam da comunhão, acreditando que o seu Salvador, Deus infinitamente bom e todo-poderoso, está ali em algo tão finito, algo tão pequeno.

Já comunguei milhares de vezes, e é esta certeza que me faz querer continuar a receber Jesus todos os dias. Não o consigo explicar, não o consigo provar, nem nunca poderei. Mas fazendo uso da minha razão, através da minha experiência e de testemunhos de 2000 anos de santos, tenho todos os motivos para com fé acreditar que naquela pequena rodela de pão está o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. E isso não troco por nada deste mundo (nem do outro).

João Silveira


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2 comentários:

Senzhugo disse...

por vezes durante a missa dou por mim a pensar na instituição da Eucaristia e no poder conferido ao Padre para através da oração fazer o que faz. Uma benção é fantástico!... e tanta gente que já vai a fugir dela...

João Silveira disse...

Por isso é que as mãos do padre são mãos santas, e daí a cerimónia do beija-mão na missa nova (1a Missa do sacerdote). Eu e o duarte estivemos em Fátima na missa nova do frei bernas, e lá fomos oscular as mãos do novo padre.